ISON o cometa das mil surpresas...

O cometa ISON divulgado meses atrás como sendo o cometa mais espetacular em 100 anos tem mostrado aos astronomos o tamanho da lacuna existente entre a teoria academica e o Universo em si. Inicialmente criou-se expectativas. Logo após a ciencia nos informava que precisava analisar melhor e ter cautela quanto às expectativas muito grandes. Em seguida veio a confirmação: "O ISON será admirável sim !". Contudo veio o encontro com o Sol e ele foi dado como extinto. Mas agora ele (ou que sobrou dele) emerge da fornalha solar [ https://www.esa.int/Highlights/Week_In_Images_25_29_November_2013 ] e [ https://www.nasa.gov/content/goddard/comet-ison-may-have-survived/index.html#.UpuBRtLuI1E ]

Me parece que o cometa ISON vai muito bem, é verdade. As imagens mostram que a parte que sobreviveu ao calor e radiação do Sol tem algo mais do que poeira. Sabemos que cometas são corpos celestes bastante peculiares. Sendo muito antigos eles são formados de substancias voláteis (gases solidificados em baixíssima temperatura). Ao se aproximarem do calor do Sol os gases sublimam formando as caudas de gases e poeiras libertas das camadas de gelos antigos. Curioso é que, a despeito de toda a tecnologia não se pode avaliar o quanto da matéria de um cometa é gelo e o quanto é poeira ou rocha. Precisaríamos observar mais de perto, mas não é possível no caso do ISON.

Penso que o que mais preocupa é a imprevisibilidade dos movimentos. Quando o gelo sublima no espaço interplanetário o jato de gases assim criado pode produzir um empuxo, como uma leve propulsão de motor de foguete. Sendo objetos heterogeneos e em rotação em vários eixos não é possível prever o comportamento do objeto com exatidão. Por tal motivo, antes do contorno do globo solar, existiam várias alternativas sobre o que aconteceria. Se tornaria mais ou menos brilhante, se chocaria na superfície do Sol, seria despedaçado, o que mais ?...  

Surpreendentemente parece-nos que nenhuma das previsões se confirmou.

Resta-nos acompanhar os acontecimentos. Aos astronomos cabe agora a tarefa de recalcular (como os nossos GPS's dos automóveis) a nova trajetória no espaço. Verificar se ele se fragmentou e em qual proporção. Mapear o afastamento de todos esses fragmentos, se houver. Saber quanta rocha existe à solta no espaço e de que forma se movimentará.

Pessoalmente gostaria que a parte principal do ISON se restaure e proporcione uma bonita imagem de cometa no céu. Tenhamos então esperança de que aconteça e seja um espetáculo a mais no céu noturno além dos tradicionais fogos de artifício do final do ano.

PERRELLA, Walter M.

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PERRELLA, Walter M.

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